Por Ricardo Nóbrega* | Agosto 2023

O planejamento de comunicação de qualquer organização passa pela escolha de seus porta-vozes. Em geral são líderes, fundadores ou CEOs – no caso de empresas -, de quem são exigidas habilidades comunicacionais e entendimento de suas áreas de atuação. São responsáveis por falar publicamente em nome de um grupo, país ou instituição.   

Quando treinado pela assessoria de imprensa como fonte para a mídia, o porta-voz é estratégico para a exposição da empresa na imprensa tradicional – jornais, revistas, rádio e televisão. Para isso, o conceituado media training torna-se fundamental. Discurso, oratória, questões posturais, traje e entendimento de como a mídia funciona são pontos fundamentais para o processo.  

No entanto, na comunicação contemporânea, sobretudo pelo cenário complexo surgido com as redes sociais, outras habilidades são indispensáveis para o engajamento com os diferentes públicos.  

Um levantamento feito pelo LinkedIn feito no início de 2023 indicou a comunicação como umas das principais habilidades procuradas por recrutadores. 

Isso porque as mensagens de WhatsApp, chamadas de vídeos, e-mails, alertas de reuniões, eventos e redes sociais geram inúmeras solicitações, que exigem cada vez mais da capacidade de lideranças para o engajamento com equipes, clientes, fornecedores e parceiros.  

Hoje, com as plataformas, funcionários ou os próprios clientes podem mandar mensagens diretamente para o CEO. Inclusive já é bastante comum consumidores marcarem os @s dos executivos quando querem um posicionamento da empresa sobre seus questionamentos.  Não existe mais a “sala do chefe”. Pode-se entrar sem aviso prévio.  

Portanto, o porta-voz foi inserido na creator economy. Ou seja, é um usuário que não necessariamente vive de sua exposição digital, mas fornece conteúdos que colaboram para sua visibilidade.  

Estar nas redes sociais ajuda o CEO a fortalecer sua marca pessoal, além de esclarecer os valores da empresa. O desafio agora vai além da comunicação interna e externa. É preciso dialogar com os públicos no ambiente dinâmico e instantâneo das plataformas.  

Um perfil atualizado e com informações relevantes para o mercado colabora para o engajamento do CEO e da própria marca. Convites para negócios, eventos, parcerias e para atuar como fonte de jornalistas que buscam informações de mercado são alguns dos resultados possíveis.  Os próprios podcasts fazem rodízios de fonte quando percebem que o entrevistado rende boas histórias.

O que dizem as pesquisas?  

  • Dados do Ministério do Desenvolvimento (2023), Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) mostram que das 21 milhões de empresas ativas no Brasil, quase 80% estão presentes nas redes sociais ou em outros ambientes digitais.  
  • A edição 2022 da pesquisa Liderança Conectada, da consultoria Brunswick, apontou que 82% acreditam que os CEOs deveriam ter perfis on-line.  
  • Dados da pesquisa Edelman Trust Barometer (2022) corroboram com a análise: 81% dos entrevistados acreditam que os CEOs devem ter visibilidade quando se discute sobre política pública com stakeholders externos ou sobre o trabalho que a companhia tem feito para beneficiar a sociedade. 
  • Na visão dos investidores, o perfil do CEO nas redes sociais é uma importante ferramenta na busca por informação. Na edição 2023 da pesquisa da Brunswick,  43% concordaram que é útil que o presidente mantenha uma presença ativa nas redes sociais e 64% dos investidores que usam o Twitter seguem os presidentes das empresas com ações que acompanham. 

Para trabalhar a imagem nas redes  

Com técnicas de prevenção de crises e comunicação eficiente nas redes sociais, o Social Media Training visa a fortalecer a marca pessoal dos executivos e colaboradores no ambiente das plataformas. O Social Media Training é uma redefinição do media training, que agora ganhou uma versão também para as redes sociais.  

O perfil da liderança também pode ser trabalhado por programas de Thought Leadership (Liderança de Pensamento). O modelo auxilia desde a construção de perfis até a produção de conteúdo para C-levels, além das questões que envolvem as plataformas como funcionamento dos algoritmos por exemplo. Nesse trabalho, também conhecido como Personality PR, encontramos o tom mais adequado para se trabalhar em cada plataforma. 

*Ricardo Nóbrega é Jornalista, Mestre em comunicação pela Faculdade Cásper Líbero e Líder de Social & Training na Truly.

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